À medida que 2026 se aproxima, economistas e consultorias empresariais começam a apontar um cenário que pode transformar a economia regional: um número crescente de empresas brasileiras avalia, de forma estratégica, a possibilidade de transferir operações para o Paraguai.
Não se trata mais de casos isolados, mas de uma tendência em formação, impulsionada por uma combinação poderosa: impostos baixos, energia barata, custos trabalhistas reduzidos e incentivos agressivos à industrialização.
Se as projeções se confirmarem, 2026 pode marcar a maior onda de migração empresarial da história recente do Mercosul.
O que está por trás dessa projeção?
O interesse empresarial pelo Paraguai não surgiu do nada. Ele é resultado de fatores econômicos claros:
1. Tributação extremamente competitiva
O Paraguai oferece uma das cargas tributárias mais leves do continente, com impostos corporativos entre 8% e 10%, contra taxas muito mais altas no Brasil.
2. Regime Maquila como grande atração
O modelo permite produzir no Paraguai e exportar com apenas 1% de imposto sobre o valor agregado, algo impensável no sistema tributário brasileiro.
3. Energia barata e estável
Graças à Hidrelétrica de Itaipu, o país possui uma das eletricidades mais baratas da América do Sul, fator crucial para indústrias intensivas em energia.
4. Custos operacionais até 40% menores
Consultorias industriais apontam que operar no Paraguai pode reduzir até 40% dos custos totais, aumentando imediatamente a margem de lucro.
5. Burocracia muito menor que no Brasil
Processos mais simples, menos exigências documentais e maior agilidade favorecem novos investimentos.
Setores que mais projetam migrar em 2026
Estudos recentes indicam setores mais propensos a iniciar operações no Paraguai entre 2025 e 2026:
- têxtil e confecção
- metalurgia e autopeças
- móveis e plásticos
- alimentos industrializados
- logística e distribuição
- eletrônicos e montagens
Empresas desses segmentos já participam de rodadas de consulta e visitas técnicas a parques industriais paraguaios.
Por que 2026 pode ser o ano da virada?
Especialistas apontam três fatores decisivos:
1. Reformas pendentes no Brasil
A incerteza sobre os impactos tributários da reforma fiscal brasileira tem levado empresários a procurarem alternativas mais estáveis.
2. Expansão dos incentivos paraguaios
O governo do Paraguai está ampliando zonas industriais, reduzindo burocracia e oferecendo novos programas de estímulo para empresas estrangeiras.
3. Pressão competitiva internacional
Para competir globalmente, especialmente em exportação, reduzir custos é crucial — e o Paraguai permite isso de forma imediata.
O impacto regional caso a projeção se confirme
Se a migração se concretizar em larga escala:
Para o Brasil
- possível perda de empregos industriais
- diminuição de arrecadação fiscal
- maior competição com produtos mais baratos vindos do exterior
Para o Paraguai
- crescimento acelerado das exportações
- criação de novos polos industriais
- entrada recorde de investimentos estrangeiros
- geração significativa de empregos formais
Para o Mercosul
Uma reorganização natural das cadeias produtivas, com o Paraguai se consolidando como o ponto industrial mais competitivo do bloco.
O Brasil ainda pode evitar essa fuga?
Sim. Especialistas afirmam que, caso o Brasil avance rapidamente em modernização tributária, redução de burocracia e incentivos reais à produção, poderia reter parte das empresas que hoje estudam migrar.
Mas, até o momento, a perspectiva aponta para outro cenário: em 2026, o Paraguai pode registrar a maior entrada de empresas brasileiras da história, impulsionando sua economia e redesenhando o mapa industrial da região.

